EXPEDICION SUDAMERICANA
8/08/07
FOZ DO IGUAÇU
Este dia não é um bom dia. Digamos que é uma continuação do anterior. Após uma viagem de 8 horas debaixo do estrelado céu do hemisfério sul onde a mancha da via látea pela primeira vez nos desperta a atenção, chegamos a Foz do Iguaçu.
Ainda de olhos meio fechados da viagem pouco dormida, entramos pela primeira vez num autocarro urbano brasileiro. Este facto nada teria a assinalar se mais uma vez não assistíssemos à recusa na automação das entradas e ao emprego de um cobrador para a tarefa que o motorista poderia facilmente realizar, conforme estamos habituados e confirmamos ser possível mais tarde no Uruguai.
Aqui são dois os motivos da “parada”. A maior barragem do mundo por um lado e as inigualáveis cataratas do Iguaçu que, segundo alguém já contou, somam 275 quedas de água.
A Itaipu Binacional, complexo da barragem que juntou o investimento brasileiro e paraguaio na exploração de 20 geradores, cada um com 700 MW de potência por segundo, surpreende mas não deixa de ser uma barragem construída pelo homem. Sim, é enorme. Sim, mete respeito quando se está lá dentro e sim, até tem preocupações ambientais. Porém, gera também muita polémica, em particular do lado paraguaio onde não só se encontram sob crítica os rendimentos auferidos pelos administradores e inúmeros conselheiros nacionais, como no que respeita à obrigatoriedade da venda de excesso de energia ao Brasil a preço de saldo. Mas sim, vale uma visita completa.
O imperdível é, realmente, a visita às cataratas do Iguaçu. Por motivos de tempo, fomos obrigados a optar por aquele que receava mas acredito agora ser a melhor perspectiva, o lado brasileiro. Com mais tempo, vale certamente a visita do lado argentino .
No parque de responsabilidade brasileira, tudo parece estar pensado ao pormenor e podia até permitir um envolvimento fantástico com a fauna e flora da zona, não fossem os preços das visitas opcionais proibitivos... pelo menos para os nossos bolsos. Mesmo assim, sem ver onças, pumas ou jacarés, o parque já vale por muito.
O percurso de acesso às cataratas está construído na base de “uma surpresa constante”. A cada curva uma nova queda de água, a cada descida uma nova perspectiva e o culminar inesquecível numa plataforma assente num degrau natural de onde se vê tudo que a própria água permite.
Incrível, único, gigantesco, assustador, exuberante. Não sei que mais escrever. Fico literalmente sem palavras. Compreendo agora porque é esta uma das principais referências naturais da América do sul, talvez a par com a selva amazónica e a inóspita Patagónia.
1 Comments:
Eu fui ao lado argentino que é, segundo dizem, o melhor. E é de facto extraordinária a força da natureza neste sítio!
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